quinta-feira, 25 de março de 2010

Nova técnica para tratar o cancro

Uma investigação conduzida e patenteada por Mark Howard, da Escola de Biociências da Universidade de Kent, levou ao desenvolvimento de uma nova técnica que poderá proporcionar tratamentos de cancro, actuando directamente em determinados tumores. Um dos cancros que poderia beneficiar deste tratamento é o cancro do pâncreas, que actualmente é muito difícil de tratar.


A técnica, anunciada recentemente pela Tecnologia de Investigação para o Cancro (Cancer Research Technology − CRT nas siglas em inglês), envolve péptidos (dois ou mais aminoácidos interligados) anti-cancerígenos, ligados a uma proteína encontrada em níveis elevados em muitas das células tumorais, mas ausente na maioria dos tecidos normais. Ao procurar esta proteína, os péptidos podem oferecer tratamentos directos no local com maior precisão e com menores efeitos colaterais.

Uma organização que junta a investigação norte-americana com as instituições europeias, a Aura Biosciences, já certificou a técnica do CRT.

Howard tentou identificar o desenvolvimento e forma dos péptidos e explicou que “estes três péptidos têm uma forma particular e tridimensional, permitindo-lhes produzir proteínas associadas ao tumor de um modo mais eficaz do que observado anteriormente”. O cientista ainda acrescentou: “Conseguimos modelar os péptidos em diferentes formas e ver claramente a relação entre a forma e a eficácia dos péptidos”.



Tratamento e identificação

O investigador de Kent explicou também que esta tecnologia tem potencial tanto no tratamento de tumores como na identificação de cancros.

O director da Gestão de Negócios do CRT, Phil L’Huillier afirmou, em relação aos efeitos secundários que “estes péptidos têm potencial em encontrar e destruir as células cancerígenas, deixando as áreas circundantes ilesas”.

“Acreditamos que esta tecnologia pode ter pontos fortes em cancros com limitadas opções de tratamento, como o de cancro de pâncreas, de cabeça ou de pescoço. Fundamentalmente este tratamento dirigido também pode reduzir os efeitos colaterais que são normalmente associados às terapêuticas actuais. Aguardamos com expectativa os resultados deste interessante programa”
, afirmou L’Huillier.



Sara Esteves

quarta-feira, 17 de março de 2010

BrainPort Vision: A patente que traz visão aos invisuais


Graig Lundberg é um jovem de 24 anos que perdeu a vista num ataque de granadas, no Iraque e foi escolhido para ser o primeiro a testar o sistema, pelo Ministério da Defesa britânico. Três anos mais tarde, reaprende a "ver" através de um aparelho à base de estímulos eléctricos.


As imagens são um pouco difusas
As imagens são um pouco difusas
Os estímulos são sentidos pela língua através de uma espécie de cartão que se coloca na boca. Ao reconhecer que os impulsos não têm relação com o paladar, o cérebro reencaminha-os para o seu centro visual, onde são processados e reinterpretados, dando assim ao utilizador uma espécie de visão rudimentar.





Segundo as informações disponibilizadas na página oficial da Wicab, a empresa criadora do BrainPort associado ao Tongue Display Unit (Unidade de visualização com a Língua), esta tecnologia "é especialmente útil para pessoas que não conseguem ver mais do que manchas luminosas".

“Ver através da língua” foi um conceito que conseguiu ser convertido em patente. No Tongue Display Unit, os padrões de luz, apanhados pela câmara, são convertidos por um pequeno computador em impulsos eléctricos, através de cem eléctrodos de aço inoxidável. Os primeiros utilizadores definem a sensação como tocar uma bateria com a língua, uma sensação de formigueiro.

As pulsações são codificadas no espaço, ou seja, a pessoa que recebe os sinais na língua pode perceber a profundidade, perspectiva, tamanho e forma. Essa informação é traduzida pelo cérebro em imagens, embora sejam difusas, por causa da baixa resolução.

Rui Lopes

Descoberto animal que faz fotossíntese

Uma equipa de cientistas norte-americanos da Universidade da Flórida do Sul, descobriu o primeiro animal que consegue realizar a fotossíntese, algo que até agora era exclusivo das plantas. A Elysia chlorotica é uma lesma do mar de cor verde, que habita a costa este dos Estados Unidos e Canadá.

A lesma era conhecida por “roubar” os genes das algas de que se alimenta, as Vaucheria litorea. Desta forma obtinha os cloroplastos – estruturas de cor verde características de células vegetais que permitem a conversão da luz solar em energia –, armazenando-os nas células que cobrem os seus intestinos. No entanto, os últimos estudos da equipa de cientistas revelam que o molusco marinho desenvolveu as suas capacidades químicas, permitindo-lhe fabricar clorofila – pigmento que captura a luz solar - sem necessitar de roubar aos seus alimentos.

Os investigadores utilizaram um sofisticado equipamento radioactivo que comprova a produção dos pigmentos fotosintéticos de forma autónoma. Na lesma marinha, os cloroplastos extraídos permanecem activas durante um ano, o que significa que, no caso de uma lesma jovem se alimentar uma vez das algas Elysia chlorotica e tiver acesso à luz solar, não tem necessidade de voltar a comer durante a sua vida.

De acordo com a equipa de cientistas, durante o estudo, que será publicado na revista ‘Symbiosis’, foram encontrados exemplares da Vaucheria litorea que não se alimentavam há pelo menos cinco meses.

 Rui Lopes
Notícia fornecida pela professora Lourdes Tavares (Biologia 12)

terça-feira, 9 de março de 2010

Vitamina D essencial na defesa

A maior parte da vitamina D é produzida naturalmente pelo nosso corpo em resultado da exposição da pele à luz do Sol.

Cientistas da Universidade de Copenhaga descobriram que a vitamina D é crucial para activar as defesas do nosso sistema imunitário e sem a ingestão suficiente desta vitamina, os linfócitos T (uma classe de glóbulos brancos) perdem a capacidade de reagir e de lutar contra as infecções do nosso corpo.

Mas também pode ser encontrada em alimentos como o peixe e os ovos. 

Os linfócitos T precisas da vitamina D para reconhecer os agentes patogénicos (microrganismos capazes de produzir doenças infecciosas no nosso corpo ) que invadem o nosso organismo. Se não encontra vitamina D suficiente no sangue, não entram em acção.

A descoberta dos cientistas dinamarqueses pode ser também importante para os cientistas lidarem melhor com os fenómenos de rejeição associados aos transplantes de órgãos. 

"Os cientistas já sabem há muito tempo que a vitamina D é importante para a absorção de cálcio e em doenças como o cancro e a esclerose múltipla, mas não imaginávamos que a vitamina D fosse tão crucial para activar o sistema imunitário", salienta Carsten Geisler.

Marta Ferreira