sábado, 30 de janeiro de 2010

Gene da esquizofrenia pode reduzir o risco de cancro

Os portadores de uma variante específica de um gene que os torna mais propensos a desenvolver esquizofrenia apresentam, em simultâneo, uma maior protecção contra alguns tipos de cancro, avança um estudo do Feinstein Institute for Medical Research, dos EUA, publicado no “American Journal of Psychiatry”.

Os cientistas avaliaram 21 polimorfismos de nucleotídico simples, ou seja variações que ocorrem na sequência do DNA, no gene MET em 173 doentes com esquizofrenia e 137 pessoas saudáveis. Da análise genética, os investigadores verificaram que as diversas variantes do gene MET, que estão activadas em diversos tipos de tumores, influenciam o risco de esquizofrenia assim como a capacidade cognitiva em geral.

Contudo, os cientistas não conseguiram ainda perceber por que razão o gene aumenta o risco de esquizofrenia enquanto reduz a propensão para desenvolver alguns tipos de cancro, mas apoiam-se em estudos que já tinham relacionado o autismo com estes genes.

“Apesar do aumento da exposição aos factores de risco para o cancro, vários estudos têm demonstrado uma menor incidência de cancro em pacientes com esquizofrenia em comparação com a população em geral”, ressaltaram os autores na revista científica. “Menores taxas de cancro em parentes de primeiro grau de pacientes com esquizofrenia sugerem que a relação inversa entre cancro e esquizofrenia pode estar relacionada com factores genéticos”, acrescentaram.

Fonte: Alert
Rui Lopes

domingo, 24 de janeiro de 2010

Neurónios transplantados com sucesso para cérebros de animais

Neurónios desenvolvidos a partir de células estaminais podem ser transplantados com sucesso para o cérebro de animais recém-nascidos, de acordo com um novo estudo publicado em The Journal of Neuroscience.

Neste estudo, uma equipa de neurociêntistas dirigida por James Weimann, PhD, da Stanford Medical School,  focou-se em células que transmitem informação do córtex cerebral, algumas das quais são responsáveis pelo controlo muscular (neurónios que são perdidos ou danificados em lesões da coluna vertebral).

Para integrar novas células no cérebro com sucesso, os investigadores tiveram de tornar células sem especialização em células especializadas do córtex cerebral. Estas desenvolveram-se numa placa de Petri até apresentarem as mesmas características que neurónios maduros. Posteriormente estes "novos" neurónios foram transplantados para o cérebro de um rato recém-nascido.

Após o transplante observou-se que os neurónios ligaram-se com sucesso, desenvolvendo-se de forma apropriada em concordância com todas as estruturas cerebrais.

"É um avanço científico tremendo!" afirma Mahendra Rao, especialísta em biologia de células estaminais da Life Technology.

Esta equipa de investigação pretende agora explorar se este método de transplante pode ser aplicado em animais adultos e, por fim, humanos.

Rui Lopes

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Transplantes a partir de um único Cordão Umbilical

Até  hoje era necessário transplantar unidades de dois cordões umbilicais diferentes para conseguir ter êxito no tratamento de um doente com leucemia. Para combater essa dificuldade, uma nova investigação publicada na revista “Nature Medicine” demonstrou que é possível multiplicar as células do cordão umbilical em laboratório, em vez de injecta-las, para que o transplante funcione.


Assim, o facto de a quantidade necessária para tratamento ser superior à que um cordão contém pode ser ultrapassado visto que passa a ser possível obter até cerca de 164 vezes a quantidade de células estaminais através de um só cordão .

Com o cordão umbilical não é necessária uma compatibilidade tão exacta entre dador e receptor como as células procedentes da medula, sendo uma boa opção quando não aparece uma medula totalmente compatível.
Calcula-se que 30% dos pacientes que necessitam de transplante não dispõem de um dador compatível nos bancos públicos de todo o mundo, um problema que ascende aos 95 por cento no caso das minorias étnicas.

Células estaminais:
São células do sangue do cordão umbilical que possuem a capacidade de se poderem diferenciar nas células da linhagem sanguínea, os glóbulos vermelhos (eritrócitos), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Por isso, estas células são eficazes no tratamento de alguns tipos de leucemia.



Marta

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

IPO-Porto estreia hoje cirurgia inovadora para o tratamento do cancro


O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto realiza hoje uma intervenção cirúrgica em que vai utilizar "um método inovador no tratamento do cancro" em Portugal, a radioterapia intraoperatória.


"Esta técnica inovadora permite afastar toda ou parte das estruturas normais da área de tratamento", como o intestino, a bexiga, a uretra ou o estômago, "possibilitando o aumento das doses de radiação na área de maior risco de recaída tumoral e contribuindo, assim, para uma melhoria do controlo local, com redução da toxicidade".

A técnica, já usada em mais de 150 centros no mundo, permite aplicar radioterapia ao doente durante a cirurgia para a remoção do tumor, sendo "um complemento da radioterapia externa convencional", acrescenta a radioterapeuta responsável pelo procedimento, Olga Sousa.

Fonte: Visão
Marta

domingo, 10 de janeiro de 2010

Aprender malabarismo aumenta poder do cérebro

Uma equipa de neurocientistas da Universidade de Oxford descobriu que aprender a fazer malabarismo provoca alterações na massa branca - as fibras nervosas que ajudam as diferentes partes do cérebro a comunicar umas com as outras. Mudanças na massa cinzenta (as células neuronais) já tinham sido demonstradas. Segundo os cientistas, as alterações na massa branca significam que o cérebro se mantém "plástico", isto é adaptável, para lá da infância.
O estudo foi simples. Os cientistas pegaram em 48 jovens adultos que não sabiam fazer malabarismo e mapearam o seu cérebro com uma ressonância magnética. Depois, metade dos voluntários teve aulas durante seis semanas para aprender a fazer malabarismo com três bolas, sendo ainda aconselhados a praticar 30 minutos por dia. No final, uma nova ressonância magnética mostrou um aumento de 5% na massa branca.

A chamada massa branca é constituída por fibras nervosas de cor branca (feixes de axónios envolvidos em mielina), sendo responsável pela troca de informações entre as diversas áreas do córtex cerebral. Ou seja, pelas ligações. "Mostrámos que é possível que o cérebro condicione o seu próprio sistema de ligações de forma a operá-lo de forma mais eficiente", disse uma das autoras do estudo, Heidi Johansen-Berg.
Fonte: DN
Rita

Recifes de corais são cruciais para criação de novas espécies marinhas

De acordo com o estudo dirigido pela Universidade Humboldt, de Berlim (Alemanha), os recifes de corais podem dar lugar a um enorme número de novas espécies e criaturas marinhas. A equipa de investigação, dirigida por Wolfgang Kiessling, decidiu realizar um intenso estudo sobre o papel dos recifes no ecossistema marinho e descobriram uma enorme biodiversidade. A investigação foi publicada ontem na «Science».




Segundo Wolfgang Kiessling disse em entrevista ao jornal britânico «The Guardian», “os corais têm um papel bastante activo na criação de biodiversidade nos oceanos e exportam-na para outros ecossistemas” – o que contraria estudos preliminares que sugerem que as espécies vêm de outros locais e deslocam-se para os corais por estes serem ecologicamente atractivos.

O cientista refere que visto estarem activamente envolvidos na criação de novas formas de vida “é importante proteger os recifes”. E acrescenta: "Se os perdermos, fazemos com que os ecossistemas marinhos percam a habilidade de criar novas espécies no futuro".

Os investigadores alemães, em conjunto com uma outra equipa norte-americana, estudaram uma base de dados que envolveu fósseis de organismos marinhos desde o Período Câmbrico e compararam-na com outras espécies, encontradas em ambientes onde os recifes foram responsáveis por mais de 50 por cento do seu aparecimento. Kiessling concluiu ainda que novas espécies evoluem todos os dias; no entanto, não tão depressa como se extinguem.

Sara

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Projecto Folding@home

Folding@Home  (folding at home)  é um projecto da Universidade de Stanford que consegue, pela primeira vez, simular a formação de proteínas e relacionar com as doenças provenientes de deformações nas mesmas, como é o caso da doença de Alzheimer, Parkinson, BSE, Fibrose Quística e muitos dos cancros que, infelizmente, todos conhecemos. Desta forma, todo o contributo é essencial. Ao navegar pelo site encontrarão muita informação acerca do projecto.


O que são proteínas?
Proteínas são cadeias de aminoácidos (longas cadeias moleculares) e constituem a base do material biológico. Como elementos estruturais, são o principal constituinte dos nossos ossos, músculos, cabelo, pele e vasos sanguíneos. Como anti-corpos, permitem ao sistema imunitário reconhecer e eliminar os invasores indesejados. Por estas razões, os cientístas sequenciaram o genoma humano - o modelo para todas as proteínas na biologia.


Como é que as proteínas "enrolam"?
Antes de assumirem a sua função (anti-corpos, enzimas), as proteínas devem assumir uma forma particular, também conhecida como "fold", num processo conhecido por "folding" (enrolamento). Um dos objectivos do projecto Folding@Home é simular as várias formas de proteínas, a fim de compreender como estas se enrolam e o que acontece quando este processo não corre bem.


Como pode ajudar?
O Folding@home é um projecto de computação distribuída: ao descarregar o programa (clique aqui) e executando-o no seu computador, ajuda a criar um dos maiores supercomputadores do mundo. Este processo, a uma escala mundial, permite simular problemas milhões de vezes mais complexos do que alguma vez foi possível.


Portugal@Folding
Neste momento existe uma equipa de folding portuguesa Portugal@Folding (Team Number: 35271) que está muito bem colocada a nível mundial.
Esta equipa junta os utilizadores portugueses e neste momento conta com cerca de 2000 membros, dos quais cerca de 1300 estão activos.
Todos os resultados alcançados pelo projecto podem ser consultados aqui e aqui.


Para o esclarecimento de dúvidas em relação à instalação deste programa ou ao projecto aconselhamos a consulta do site Portugal@Folding ou contacte-nos através da secção de comentários desta publicação.


Marta

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ondas electomagnéticas dos telemóveis podem reverter Alzheimer

Os utilizadores de telemóveis têm uma nova "desculpa" para continuar a usá-los. Segundo um estudo da Universidade do Sul da Flórida, as ondas do telemóvel podem proteger do mal de Alzheimer. A pesquisa foi publicada no Journal of Alzheimer's Disease.

Ainda sem cura, o Alzheimer afecta milhões de pessoas e caracteriza-se pela perda progressiva da memória, levando à demência e à morte.

Experiências em cem ratos mostrou que a exposição às ondas eletromagnéticas do aparelho pode proteger e até reverter os sintomas da doença.

Os cientistas explicaram que nos roedores as ondas eliminavam e preveniam a formação das camadas de proteína beta-amiloide, características da doença. Os ratos foram fechados durante nove meses numa jaula e foram expostos a ondas similares às de um telemóvel.

Induzidos geneticamente para desenvolver a doença, os roedores mantiveram-se saudáveis. A sua memória não foi afectada e também não mostraram sinais de demência. Nos ratos mais velhos com problemas de memória, os problemas desapareceram.




Sara

Programa informático alerta profissionais de saúde com exactidão durante partos

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) desenvolveram um programa informático capaz de alertar os profissionais de saúde para a ocorrência de baixa oxigenação fetal durante o parto.


Falta de oxigenação pode provocar lesões irreversíveis.

O Omniview-SisPorto analisa sinais provenientes do coração fetal, prevendo com grande fiabilidade a ocorrência de privação de oxigénio durante o parto – cuja consequência pode causar lesões irreversíveis no feto ou levar mesmo à sua morte. No Reino Unido, demonstrou-se que 50 por cento desses casos se devem a uma identificação tardia do problema pelos profissionais de saúde.

O programa é actualmente usado em diversos hospitais: em Portugal, Dinamarca, Holanda, Reino Unido, Suíça e Israel. Trata-se de um sistema único a nível mundial, que analisa os sinais fetais habitualmente monitorizados durante o trabalho de parto, detectando alterações associadas à baixa oxigenação fetal e avisando os profissionais de saúde através de alertas sonoros e visuais, emitidos em tempo real.

Num estudo recente publicado no «American Journal of Obstetrics and Gynecology», demonstrou-se que os alertas vermelhos originados pelo Omniview-SisPorto previram a totalidade das situações de baixa oxigenação fetal com uma especificidade de 94 por cento, demonstrando-se assim que se trata de um sistema com elevada precisão e particularmente útil para monitorizar os sinais provenientes de várias parturientes em simultâneo, um cenário muito comum nos blocos de partos dos grandes hospitais.

Para além disso, o programa ultrapassa a falta de consenso existente na interpretação visual dos sinais fetais. Para o próximo ano estão previstos estudos colaborativos envolvendo equipas de investigação na Suécia, Dinamarca e Reino Unido.




Sara