quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fármaco que poderá prevenir a propagação do vírus da gripe e HIV

A investigação desenvolvida nos últimos quatro anos em Hong Kong permitiu desenvolver o “Nucleozin”, um fármaco que ataca as proteínas nucleares do vírus, interrompendo o seu ciclo de vida e, consequentemente, a sua reprodução, o que evita a propagação para células saudáveis.

Os testes realizados a ratos de laboratório revelaram a eficácia do “Nucleozin” na prevenção do vírus H5N1 (ou gripe das aves) através da utilização de mais de 50 mil moléculas químicas diferentes em amostras do vírus.
O tratamento poderá aplicar-se a outros vírus além do H5N1, como o H1N1 (ou gripe A), HIV e SRAS, para os quais não existem ainda drogas capazes de os combater eficazmente.

Serão necessários alguns anos de testes clínicos, que implicarão custos entre os 800 e os oito mil milhões de euros, até que o fármaco possa ser comercializado, salientou Yuen Kwok-yung, investigador e responsável pelo Departamento de Microbiologia da Universidade de Hong Kong.

Este fármaco não pode ser encarado como a cura para a SIDA mas pode significar um grande avanço na pesquisa da cura para esta e outras doenças virais.

Para compreender como o vírus HIV se desenvolve no organismo humano, consulte o seguinte vídeo:




Marta Ferreira

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Criada a primeira célula com DNA sintético

Pela primeira vez na história foi criada uma célula a partir de DNA 100% sintéico.

Os cientistas sintetizaram quimicamente o genoma de uma bactéria e o implantaram em uma célula natural, criando assim, uma "variante" sintética que assumiu o controle do receptor. 

Entre os planos de utilização da tecnologia estão a criação de algas para absorver dióxido de carbono, fabrico de vacinas, composição de novas substâncias químicas e métodos de limpeza de água.  

 
 
Marta Ferreira

sábado, 15 de maio de 2010

E se um teste de DNA estiver à distância da farmácia de serviço?

Dentro de poucos dias, os norte-americanos vão poder ir à farmácia e comprar testes genéticos. Sem necessidade de receita média, os testes indicam a probabilidade de sofrer de diabetes ou de cancro.

Bastam 20 euros para comparar um kit que reconhece uma amostra de saliva. De seguida basta enviar a amostra para a Pathway Genomics, a empresa responsável pelas análises, e eleger as opções desejadas.

Por exemplo, por 60 euros, pode saber qual a eficácia que tem sobre si próprio determinado medicamento. Mas há mais. É também possível saber as hipóteses de se sofrer de doenças ou indicar aos casais os defeitos genéticos que poderiam passar aos filhos (por 140 euros). Para os mais interessados há pacotes completos por 200 euros.

Os testes não foram submetidos aos regulamentos sanitários e a sua fiabilidade tem sido posta em causa pelos grandes especialistas da genética.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Prahlad Jani - um mistério da ciência

Prahlad Jani tem 83 anos e está sob constante vigilância (24h por dia), há já duas semanas consecutivas. Este octogenário está a ser um grande desafio para os investigadores que não conseguem perceber como é que o asceta hindu sobrevive sem comer nem beber desde os seus oito anos de idade.

Desde que recebeu a bênção da deusa Amba Mata que diz passar-se de alimento e bebida, vivendo apenas de energia que recolhe do sol. Para os cientistas, a história é incongruente – estima-se que um homem, em geral, pode passar apenas alguns dias sem água (uma dezena no máximo).

A equipa de investigação iniciou uma experiência de 15 dias, em que o asceta foi filmado ininterruptamente durante 24 horas. Nesse período, não comeu, não bebeu, nem urinou ou defecou.
Um dos neurologistas afirmou que Mataji possui uma capacidade de sobrevivência inexplicável ao nível fisiológico.

Os médicos consideram que perceber como é que se pode sobreviver sem alimento e bebida poderá ajudar para a resistência de militares e ajudar vítimas de catástrofes naturais.

Rui Lopes

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cientistas atrasam envelhecimento da mosca da fruta

Código genético da mosca da fruta é fácil de manipular

Investigadores espanhóis e finlandeses conseguiram atrasar o envelhecimento celular de uma mosca da fruta através de modificação genética, informou o grupo de fisiopatologia Metabólica da Universidade de Lérida.

Publicada na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o estudo consistiu na introdução de um gene na denominada Drosophila Melanogaster, o que aumentou em cerca de 40 por cento a sua longevidade, chegando a 90 dias.

Se a descoberta fosse aplicada ao homem, o tempo de vida seria de 150 anos, sem problemas de saúde.

No trabalho, no qual participaram também investigadores da Universidade de Tempere, na Finlândia, a mosca atrasou o envelhecimento devido ao fabrico de uma proteína pelo gene introduzido. Assim, a ‘fábrica’ de energia das células, as mitocôndrias, ficaram mais eficientes durante mais tempo.

A investigação continuará com outras espécies de moscas para validar a teoria.

Rui Lopes

sexta-feira, 23 de abril de 2010

microRNAs movem-se por entre células


Desde que pequenos pedaços de material genético, conhecidos como microRNAs (pequenos RNAs, com 20 a 22 nucleótidos, resultantes da clivagem de um RNA maior não codificante e que possui uma estrutura secundária), foram pela primeira vez caracterizados, os cientistas têm vindo a descobrir o quão importante são para regular a actividade dos genes nas células. 

Um novo estudo, publicado na revista «Nature», mostra agora que os microRNA também se podem mover de uma célula para outra para enviar sinais que influenciam a expressão do gene.

A descoberta acrescenta o microRNA à lista de moléculas móveis, como as hormonas, proteínas e outras pequenas formas de RNA, que permitem comunicações essenciais entre as células e o processo de desenvolvimento de um órgão.

Marta Ferreira

terça-feira, 13 de abril de 2010

"CRUDE" de Joe Berlinger


A obra, apresentada pela primeira vez em Portugal, representa a história épica de um dos casos legais mais controverso do planeta – o infame «Amazon Chernobyl», de 27 mil milhões de dólares. Este documentário de 104 minutos, classificado como ‘cinema-verité’, tem a assinatura de Joe Berlinger.


(Foto 
de Juan Diego Pérez)
(Foto de Juan Diego Pérez)
A demanda dos queixosos

Filmado em três continentes e múltiplas línguas, Berlinger centrou-se nos demandantes que afirmam que a Texaco (que se fundiu com a Chevron em 2001) passou três décadas a contaminar uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, a envenenar a água, ar e terra.

Os queixosos alegaram que a poluição criou uma zona de morte (‘death zone’), onde se verificou o aumento das taxas de cancro, leucemia, malformações em bebés, e uma multiplicidade de outras doenças. As operações ligadas ao petróleo contribuíram para a destruição dos povos indígenas afectados e, irrevogavelmente, do modo de vida tradicional.

«Crude» incide sobre o custo de vidas humanas devido à dependência do petróleo e na tarefa cada vez mais difícil de fazer com que uma grande corporação se responsabilize pelas suas acções passadas.
 
Rui Lopes

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Estranha criatura encontrada na China

Um estranho animal, capturado na província de Sichuan, num local remoto da China central, está a caminho de Pequim para ser submetido a testes de DNA. Agora baptizado de ‘yeti oriental’, a criatura foi associada à uma lenda local sobre um alegado urso que teria sido homem, segundo revelou o jornal britânico «Times».

O animal não tem pelugem, parece um urso e tem uma cauda semelhante a de um canguru. Segundo os caçadores, é muito parecido com o ‘Yeti’ (monstro mítico), mas soa como um gato quando emite sons. O nome ‘Yeti’ é geralmente identificado com o abominável homem das neves, que a lenda caracteriza como um símio gigante que vivia nos Himalaias – conhecido como BigFoot (Pé gigante) na América do Norte ou Meh-teh (homem urso) no Tibete.

Alguns populares acreditam que este animal é um exemplo real destas lendas, embora a comunidade científica rejeite “o folclore”. O ‘yeti oriental’ vai ser analisado por especialistas em Pequim.

Rui Lopes

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nova técnica para tratar o cancro

Uma investigação conduzida e patenteada por Mark Howard, da Escola de Biociências da Universidade de Kent, levou ao desenvolvimento de uma nova técnica que poderá proporcionar tratamentos de cancro, actuando directamente em determinados tumores. Um dos cancros que poderia beneficiar deste tratamento é o cancro do pâncreas, que actualmente é muito difícil de tratar.


A técnica, anunciada recentemente pela Tecnologia de Investigação para o Cancro (Cancer Research Technology − CRT nas siglas em inglês), envolve péptidos (dois ou mais aminoácidos interligados) anti-cancerígenos, ligados a uma proteína encontrada em níveis elevados em muitas das células tumorais, mas ausente na maioria dos tecidos normais. Ao procurar esta proteína, os péptidos podem oferecer tratamentos directos no local com maior precisão e com menores efeitos colaterais.

Uma organização que junta a investigação norte-americana com as instituições europeias, a Aura Biosciences, já certificou a técnica do CRT.

Howard tentou identificar o desenvolvimento e forma dos péptidos e explicou que “estes três péptidos têm uma forma particular e tridimensional, permitindo-lhes produzir proteínas associadas ao tumor de um modo mais eficaz do que observado anteriormente”. O cientista ainda acrescentou: “Conseguimos modelar os péptidos em diferentes formas e ver claramente a relação entre a forma e a eficácia dos péptidos”.



Tratamento e identificação

O investigador de Kent explicou também que esta tecnologia tem potencial tanto no tratamento de tumores como na identificação de cancros.

O director da Gestão de Negócios do CRT, Phil L’Huillier afirmou, em relação aos efeitos secundários que “estes péptidos têm potencial em encontrar e destruir as células cancerígenas, deixando as áreas circundantes ilesas”.

“Acreditamos que esta tecnologia pode ter pontos fortes em cancros com limitadas opções de tratamento, como o de cancro de pâncreas, de cabeça ou de pescoço. Fundamentalmente este tratamento dirigido também pode reduzir os efeitos colaterais que são normalmente associados às terapêuticas actuais. Aguardamos com expectativa os resultados deste interessante programa”
, afirmou L’Huillier.



Sara Esteves

quarta-feira, 17 de março de 2010

BrainPort Vision: A patente que traz visão aos invisuais


Graig Lundberg é um jovem de 24 anos que perdeu a vista num ataque de granadas, no Iraque e foi escolhido para ser o primeiro a testar o sistema, pelo Ministério da Defesa britânico. Três anos mais tarde, reaprende a "ver" através de um aparelho à base de estímulos eléctricos.


As imagens são um pouco difusas
As imagens são um pouco difusas
Os estímulos são sentidos pela língua através de uma espécie de cartão que se coloca na boca. Ao reconhecer que os impulsos não têm relação com o paladar, o cérebro reencaminha-os para o seu centro visual, onde são processados e reinterpretados, dando assim ao utilizador uma espécie de visão rudimentar.





Segundo as informações disponibilizadas na página oficial da Wicab, a empresa criadora do BrainPort associado ao Tongue Display Unit (Unidade de visualização com a Língua), esta tecnologia "é especialmente útil para pessoas que não conseguem ver mais do que manchas luminosas".

“Ver através da língua” foi um conceito que conseguiu ser convertido em patente. No Tongue Display Unit, os padrões de luz, apanhados pela câmara, são convertidos por um pequeno computador em impulsos eléctricos, através de cem eléctrodos de aço inoxidável. Os primeiros utilizadores definem a sensação como tocar uma bateria com a língua, uma sensação de formigueiro.

As pulsações são codificadas no espaço, ou seja, a pessoa que recebe os sinais na língua pode perceber a profundidade, perspectiva, tamanho e forma. Essa informação é traduzida pelo cérebro em imagens, embora sejam difusas, por causa da baixa resolução.

Rui Lopes

Descoberto animal que faz fotossíntese

Uma equipa de cientistas norte-americanos da Universidade da Flórida do Sul, descobriu o primeiro animal que consegue realizar a fotossíntese, algo que até agora era exclusivo das plantas. A Elysia chlorotica é uma lesma do mar de cor verde, que habita a costa este dos Estados Unidos e Canadá.

A lesma era conhecida por “roubar” os genes das algas de que se alimenta, as Vaucheria litorea. Desta forma obtinha os cloroplastos – estruturas de cor verde características de células vegetais que permitem a conversão da luz solar em energia –, armazenando-os nas células que cobrem os seus intestinos. No entanto, os últimos estudos da equipa de cientistas revelam que o molusco marinho desenvolveu as suas capacidades químicas, permitindo-lhe fabricar clorofila – pigmento que captura a luz solar - sem necessitar de roubar aos seus alimentos.

Os investigadores utilizaram um sofisticado equipamento radioactivo que comprova a produção dos pigmentos fotosintéticos de forma autónoma. Na lesma marinha, os cloroplastos extraídos permanecem activas durante um ano, o que significa que, no caso de uma lesma jovem se alimentar uma vez das algas Elysia chlorotica e tiver acesso à luz solar, não tem necessidade de voltar a comer durante a sua vida.

De acordo com a equipa de cientistas, durante o estudo, que será publicado na revista ‘Symbiosis’, foram encontrados exemplares da Vaucheria litorea que não se alimentavam há pelo menos cinco meses.

 Rui Lopes
Notícia fornecida pela professora Lourdes Tavares (Biologia 12)

terça-feira, 9 de março de 2010

Vitamina D essencial na defesa

A maior parte da vitamina D é produzida naturalmente pelo nosso corpo em resultado da exposição da pele à luz do Sol.

Cientistas da Universidade de Copenhaga descobriram que a vitamina D é crucial para activar as defesas do nosso sistema imunitário e sem a ingestão suficiente desta vitamina, os linfócitos T (uma classe de glóbulos brancos) perdem a capacidade de reagir e de lutar contra as infecções do nosso corpo.

Mas também pode ser encontrada em alimentos como o peixe e os ovos. 

Os linfócitos T precisas da vitamina D para reconhecer os agentes patogénicos (microrganismos capazes de produzir doenças infecciosas no nosso corpo ) que invadem o nosso organismo. Se não encontra vitamina D suficiente no sangue, não entram em acção.

A descoberta dos cientistas dinamarqueses pode ser também importante para os cientistas lidarem melhor com os fenómenos de rejeição associados aos transplantes de órgãos. 

"Os cientistas já sabem há muito tempo que a vitamina D é importante para a absorção de cálcio e em doenças como o cancro e a esclerose múltipla, mas não imaginávamos que a vitamina D fosse tão crucial para activar o sistema imunitário", salienta Carsten Geisler.

Marta Ferreira

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Novo estudo revela por que alguns seropositivos são imunes à SIDA


Existem alguns indivíduos seropositivos, cerca de cinco por cento, que nunca chegam a desenvolver a SIDA, mesmo não tomando antiretrovirais. Esse fenómeno tem sido um mistério para a ciência. Agora, um grupo de investigadores do Hospital Clínic, em Barcelona, publica um estudo na «PLoS One» onde revela novidades sobre este fenómeno.

O segredo está no funcionamento do sangue, onde se esconde uma família de células do sistema imunológico, as dendríticas. Aí, as moléculas alfa-defensinas concentram-se em quantidade até dez vezes superiores à dos restantes infectados pelo vírus.
No estudo agora publicado, os investigadores explicam que nesta minoria de indivíduos, designados «controladores de elite», o sistema imunológico não sofre a progressiva destruição que o HIV empreende no próprio dia em que invade o organismo.

A maior parte dos indivíduos afectados, se não receber tratamento, fica com o sistema imunológico destruído em dois ou três anos após a infecção e começa a sofrer de inúmeras infecções e tumores.

No início, a infecção é igual para todos, sejam eles «controladores de elite» ou não. Algumas horas depois de entrar numa primeira célula sanguínea, o HIV faz 500 mil cópias de si próprio.

Apesar de essas cópias morrerem na luta com as células do sistema imunitário, o vírus continua a autoreproduzir-se até estabilizar com uma presença constante de 50 mil cópias por mililitro de sangue.
Na minoria de infectados, este processo pára pouco depois a infecção ter início. As moléculas alfa-defensinas das células dendríticas não permitem que o vírus complete a sua viagem através do sistema imunitário. Sem tomar qualquer medicamento, os «controladores» continuam durante anos com apenas 50 cópias do vírus por mililitro de sangue.

Os investigadores acreditam que incentivando a acção das células dendríticas era possível que o HIV não invadisse o resto do sistema. Estas células são a primeira barreira defensiva que é destruída e são elas que o vírus utiliza como veículo para entrar nos gânglios linfáticos.

As alfa-defensinas, que podem ser descritas como a antibióticos naturais, são consideradas uma barreira eficaz contra toda a classe de vírus. Mas até agora desconhecia-se a sua elevada presença no sangue dos controladores.

O responsável pelo estudo, Josep Maria Gatell, explica que
“quantas mais cópias de alfa-defensinas se tem, melhor se controla do HIV”. Os investigadores querem agora encontrar um método que estimule a produção dessas moléculas nos restantes indivíduos infectados e assim consigam tornar-se também eles «controladores de elite».

Comparação dos níveis de alfa-defensinas
                                                      Comparação dos níveis de alfa-defensinas



Sara Esteves

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Rato pigmeu africano: as fêmeas são XY..os investigadores explicam

Na grande maioria dos casos, o cromossoma Y determina o sexo nos mamíferos. O rato pigmeu africano é uma excepção a esta regra. Nesta espécie, que é bastante próxima do rato doméstico, é o cromossoma X que determina o sexo.

Uma equipa liderada por Frédéric Veyrunes, investigador no Institut des Sciences de l'Evolution em Montpellier, em colaboração com biólogos do Institut de Génomique Fonctionnelle em Lyon, identificaram este caso inesperado de determinação sexual.


Na grande maioria  dos mamíferos, a determinação do sexo segue a seguinte regra: um arranjo cromossómico XX define uma fêmea, enquanto que um arranjo cromossómico XY determina um macho.
Contudo, algumas situações desviam-se deste princípio - é o caso de anomalias cromossómicas que na generalidade causam esterilidade.
Alguns mamíferos não obedecem a esta regra. Até agora, apenas sete casos de determinação sexual inesperada foram observados (todos em roedores).

No cromossoma Y, o sexo é determinado pela presença ou ausência de um único gene chamado Sry (sem este gene, as gónadas desenvolvem-se como ovários).
Através do estudo de diferentes populações de ratos pigmeus africanos, os investigadores observaram uma proporção elevada de fêmeas férteis que possuem o par sexual XY.

Resta apenas uma questão: Porque razão é que estas fêmeas XY não desapareceram como resultado de selecção natural? Várias hipóteses foram formuladas para explicar este paradoxo evolucionário, hipóteses estas que se encontram a ser estudadas em detalhe.

Rui Lopes

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Foi possível comunicar com um doente em estado vegetativo



Um homem que em 2003, aos 29 anos, teve um grave acidente rodoviário ficou em coma. Quando acordou, ficou apenas num estado vegetativo - não tem capacidade de linguagem nem de interacção com os outros, apenas algumas reacções reflexas. Há cinco anos que estava assim, até que os médicos do Coma Science Group da Universidade de Liège e da Unidade de Cognição e Ciências do Cérebro da Universidade de Cambridge (Reino Unido) o submeteram a um exame de ressonância magnética funcional - a tal tecnologia que permite ver o cérebro a pensar. "Ele conseguia responder correctamente às perguntas, simplesmente modulando os seus pensamentos, que eram descodificados pela ressonância magnética funcional", diz Adrian Owen, de Cambridge, citado num comunicado da universidade belga.

Esta descoberta pode ter importantes implicações clínicas: "Pacientes que não podem mexer-se, nem falar para dizer o que sentem, poderão ser interrogados sobre se sentem dor, para permitir adaptar o tratamento com analgésicos", exemplifica Audrey Vanhaudenhuyse, neuropsicóloga da equipa de Liège.

Mas isto não quer dizer que todos os pacientes em estado vegetativo estejam conscientes - nesta amostra de 23, apenas quatro deram sinais de consciência. "Ainda é apenas um começo, mas esta técnica tem o potencial de melhorar a qualidade de vida dos pacientes", comentou Steve Laureys, também da equipa de Liège.


Ainda que a resposta seja, para já, bastante limitada, este avanço pode ser a única forma de contacto entre os doentes e as respectivas famílias e médicos.

Marta Ferreira

Aprovado primeiro ensaio clínico para tratamento da paralisia cerebral com células estaminais

O Food and Drug Administration (FDA) aprovou o primeiro ensaio clínico controlado com o objectivo de determinar se uma infusão de células estaminais do sangue do cordão umbilical pode melhorar a qualidade de vida das crianças com paralisia cerebral.

A paralisia cerebral, causada por uma lesão cerebral ou falta de oxigénio no cérebro antes do nascimento ou durante os primeiros anos de vida, pode afectar o movimento, aprendizagem, audição, visão e capacidades cognitivas.

Segundo o líder da investigação, James Carroll, do Medical College of Georgia, nos EUA, estudos prévios realizados em animais tinham indicado que as células estaminais contribuíam para a recuperação das células danificadas do cérebro e substituíam aquelas que tinham morrido.

Para este estudo, 40 crianças com uma idade compreendida entre os 2 e os doze anos irão ser submetidas a um exame neurológico. Seguidamente, metade dos participantes receberá uma infusão do seu próprio sangue do cordão umbilical, enquanto à outra metade irá ser administrado um placebo. Três meses depois, as crianças voltarão ser avaliadas sem que os médicos saibam que crianças receberam a infusão das células estaminais. Numa fase posterior, as crianças pertencentes ao grupo de controlo também irão receber a infusão.


Rui Lopes

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

BioDesign - desenvolvimento de organismos sintéticos imortais

A agência do Pentágono DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) vai investir seis milhões de dólares para a pesquisa na criação de organismos sintéticos cujo DNA será manipulado para os fazer imortais ou morrerem quando lhes for indicado. 
Este projecto para criar vida artificial será desenvolvido a partir deste ano e poderá ter propósitos militares.

O projecto, intitulado «BioDesign», foi apresentado no programa de financiamento para 2011 desta agência e já está a provocar polémica.

O que se pretende, pode ler-se no resumo do projecto é “eliminar a aleatoriedade do avanço evolutivo natural, principalmente através da engenharia genética e das tecnologias de biologia molecular, para se conseguir produzir um determinado efeito”.

No documento diz-se ainda que o objectivo é “desenvolver uma sólida compreensão dos mecanismos colectivos que contribuem para a morte da célula de modo a permitir a criação de uma nova geração de células regenerativas que podem ser programadas para viver indefinidamente”.

Rui Lopes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Novo sistema detecta aneurismas automaticamente

Novo sistema da IBM e Mayo Clinic detecta risco de aneurismas com 95% de eficácia. O sistema baseia-se num algoritmo que faz a detecção com base em imagens de angiogramas por ressonância magnética.

O projecto conjunto entre a IBM e a Mayo Clinic pode vir a salvar milhares de vidas em todo o mundo ao detectar precocemente o risco de um indivíduo vir a sofrer um aneurisma mortal.

O novo sistema, testado com 15 milhões de imagens obtidas por angiograma por ressonância magnética, apresentou uma eficácia de 95% contra 70% da precisão obtida quando as imagens são analisadas por radiologistas, indicam os cientistas na edição de 24 de Novembro, da publicação científica on-line Journal of Digital Imaging.

Os investigadores da Mayo Clinic desenvolveram um algoritmo para detectar automaticamente aneurismas no cérebro – uma protuberância anormal nos vasos sanguíneos no cérebro – e indicam que o sistema de detecção disponibiliza os resultados apenas dez minutos após a captação da imagem por um exame normal de angiografia por ressonância magnética.

O algoritmo desenvolvido consegue alinhar e analisar as imagens para localizar e marcar potenciais aneurismas, menores de cinco milímetros, com a máxima precisão e rapidez.

«Este esquema completamente automático é significativo para ajudar os radiologistas a detectar aneurismas nos exames de angiografia por ressonância magnética», afirma Bradley Erickson, radiologista da Mayo Clinic e um dos investigadores envolvido no estudo.

Com esta nova plataforma, os investigadores dizem que os radiologistas poderão usufruir de uma ferramenta mais rápida e precisa para a detecção de aneurismas no cérebro, enquanto os pacientes passam a dispor de um meio de diagnóstico mais acessível, dado que o até agora utilizado apresenta riscos devido à implementação de um cateter para a injecção de tinta no organismo. 

Rita

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Revelada estrutura da enzima responsável pelo vírus da SIDA

Pela primeira vez em 20 anos foi desvendada uma peça chave do puzzle do HIV.
Uma equipa de investigadores do Imperial College de Londres e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiu finalmente encaixar uma peça necessária para decifrar a complexidade do vírus da imunodeficiência humana.


Os cientistas desenvolveram um cristal que revela a estrutura da integrase, a proteína que se encontra no interior do vírus e que infecta o organismo, como a utilizada para copiar e passar a informação genética para as células.
O papel desta proteína é tão importante que uma das famílias de fármacos já utilizada actualmente actua sobre ela para controlar a infecção.

“Desmascarar a integrase ajudará os investigadores a melhorar a terapia actual, a evitar as resistências e acima de tudo desenvolver novos tratamentos”, explicaram os cientistas no trabalho publicado na revista Nature.

Para conseguir ver esta proteína em três dimensões, a equipa, dirigida por Peter Cherepanov, desenvolveu um cristal a partir de uma versão da proteína (PFV) − idêntico ao HIV.

Foram precisos quatro anos e 40 mil ensaios para ser possível visualizar a estrutura da proteína em três dimensões.

Este trabalho mostrou que a estrutura da integrase é diferente do que se acreditava. “Tem sido uma história muito emocionante. Quando começamos o projecto sabíamos que era muito difícil e que muitos tinham tentado o mesmo anteriormente. Porém, começamos pouco a pouco e apesar de fracassarmos muitas vezes, não desistimos. No final o nosso esforço foi recompensado”, conclui Cherepanov.

Rui Lopes

sábado, 30 de janeiro de 2010

Gene da esquizofrenia pode reduzir o risco de cancro

Os portadores de uma variante específica de um gene que os torna mais propensos a desenvolver esquizofrenia apresentam, em simultâneo, uma maior protecção contra alguns tipos de cancro, avança um estudo do Feinstein Institute for Medical Research, dos EUA, publicado no “American Journal of Psychiatry”.

Os cientistas avaliaram 21 polimorfismos de nucleotídico simples, ou seja variações que ocorrem na sequência do DNA, no gene MET em 173 doentes com esquizofrenia e 137 pessoas saudáveis. Da análise genética, os investigadores verificaram que as diversas variantes do gene MET, que estão activadas em diversos tipos de tumores, influenciam o risco de esquizofrenia assim como a capacidade cognitiva em geral.

Contudo, os cientistas não conseguiram ainda perceber por que razão o gene aumenta o risco de esquizofrenia enquanto reduz a propensão para desenvolver alguns tipos de cancro, mas apoiam-se em estudos que já tinham relacionado o autismo com estes genes.

“Apesar do aumento da exposição aos factores de risco para o cancro, vários estudos têm demonstrado uma menor incidência de cancro em pacientes com esquizofrenia em comparação com a população em geral”, ressaltaram os autores na revista científica. “Menores taxas de cancro em parentes de primeiro grau de pacientes com esquizofrenia sugerem que a relação inversa entre cancro e esquizofrenia pode estar relacionada com factores genéticos”, acrescentaram.

Fonte: Alert
Rui Lopes

domingo, 24 de janeiro de 2010

Neurónios transplantados com sucesso para cérebros de animais

Neurónios desenvolvidos a partir de células estaminais podem ser transplantados com sucesso para o cérebro de animais recém-nascidos, de acordo com um novo estudo publicado em The Journal of Neuroscience.

Neste estudo, uma equipa de neurociêntistas dirigida por James Weimann, PhD, da Stanford Medical School,  focou-se em células que transmitem informação do córtex cerebral, algumas das quais são responsáveis pelo controlo muscular (neurónios que são perdidos ou danificados em lesões da coluna vertebral).

Para integrar novas células no cérebro com sucesso, os investigadores tiveram de tornar células sem especialização em células especializadas do córtex cerebral. Estas desenvolveram-se numa placa de Petri até apresentarem as mesmas características que neurónios maduros. Posteriormente estes "novos" neurónios foram transplantados para o cérebro de um rato recém-nascido.

Após o transplante observou-se que os neurónios ligaram-se com sucesso, desenvolvendo-se de forma apropriada em concordância com todas as estruturas cerebrais.

"É um avanço científico tremendo!" afirma Mahendra Rao, especialísta em biologia de células estaminais da Life Technology.

Esta equipa de investigação pretende agora explorar se este método de transplante pode ser aplicado em animais adultos e, por fim, humanos.

Rui Lopes

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Transplantes a partir de um único Cordão Umbilical

Até  hoje era necessário transplantar unidades de dois cordões umbilicais diferentes para conseguir ter êxito no tratamento de um doente com leucemia. Para combater essa dificuldade, uma nova investigação publicada na revista “Nature Medicine” demonstrou que é possível multiplicar as células do cordão umbilical em laboratório, em vez de injecta-las, para que o transplante funcione.


Assim, o facto de a quantidade necessária para tratamento ser superior à que um cordão contém pode ser ultrapassado visto que passa a ser possível obter até cerca de 164 vezes a quantidade de células estaminais através de um só cordão .

Com o cordão umbilical não é necessária uma compatibilidade tão exacta entre dador e receptor como as células procedentes da medula, sendo uma boa opção quando não aparece uma medula totalmente compatível.
Calcula-se que 30% dos pacientes que necessitam de transplante não dispõem de um dador compatível nos bancos públicos de todo o mundo, um problema que ascende aos 95 por cento no caso das minorias étnicas.

Células estaminais:
São células do sangue do cordão umbilical que possuem a capacidade de se poderem diferenciar nas células da linhagem sanguínea, os glóbulos vermelhos (eritrócitos), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Por isso, estas células são eficazes no tratamento de alguns tipos de leucemia.



Marta

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

IPO-Porto estreia hoje cirurgia inovadora para o tratamento do cancro


O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto realiza hoje uma intervenção cirúrgica em que vai utilizar "um método inovador no tratamento do cancro" em Portugal, a radioterapia intraoperatória.


"Esta técnica inovadora permite afastar toda ou parte das estruturas normais da área de tratamento", como o intestino, a bexiga, a uretra ou o estômago, "possibilitando o aumento das doses de radiação na área de maior risco de recaída tumoral e contribuindo, assim, para uma melhoria do controlo local, com redução da toxicidade".

A técnica, já usada em mais de 150 centros no mundo, permite aplicar radioterapia ao doente durante a cirurgia para a remoção do tumor, sendo "um complemento da radioterapia externa convencional", acrescenta a radioterapeuta responsável pelo procedimento, Olga Sousa.

Fonte: Visão
Marta

domingo, 10 de janeiro de 2010

Aprender malabarismo aumenta poder do cérebro

Uma equipa de neurocientistas da Universidade de Oxford descobriu que aprender a fazer malabarismo provoca alterações na massa branca - as fibras nervosas que ajudam as diferentes partes do cérebro a comunicar umas com as outras. Mudanças na massa cinzenta (as células neuronais) já tinham sido demonstradas. Segundo os cientistas, as alterações na massa branca significam que o cérebro se mantém "plástico", isto é adaptável, para lá da infância.
O estudo foi simples. Os cientistas pegaram em 48 jovens adultos que não sabiam fazer malabarismo e mapearam o seu cérebro com uma ressonância magnética. Depois, metade dos voluntários teve aulas durante seis semanas para aprender a fazer malabarismo com três bolas, sendo ainda aconselhados a praticar 30 minutos por dia. No final, uma nova ressonância magnética mostrou um aumento de 5% na massa branca.

A chamada massa branca é constituída por fibras nervosas de cor branca (feixes de axónios envolvidos em mielina), sendo responsável pela troca de informações entre as diversas áreas do córtex cerebral. Ou seja, pelas ligações. "Mostrámos que é possível que o cérebro condicione o seu próprio sistema de ligações de forma a operá-lo de forma mais eficiente", disse uma das autoras do estudo, Heidi Johansen-Berg.
Fonte: DN
Rita

Recifes de corais são cruciais para criação de novas espécies marinhas

De acordo com o estudo dirigido pela Universidade Humboldt, de Berlim (Alemanha), os recifes de corais podem dar lugar a um enorme número de novas espécies e criaturas marinhas. A equipa de investigação, dirigida por Wolfgang Kiessling, decidiu realizar um intenso estudo sobre o papel dos recifes no ecossistema marinho e descobriram uma enorme biodiversidade. A investigação foi publicada ontem na «Science».




Segundo Wolfgang Kiessling disse em entrevista ao jornal britânico «The Guardian», “os corais têm um papel bastante activo na criação de biodiversidade nos oceanos e exportam-na para outros ecossistemas” – o que contraria estudos preliminares que sugerem que as espécies vêm de outros locais e deslocam-se para os corais por estes serem ecologicamente atractivos.

O cientista refere que visto estarem activamente envolvidos na criação de novas formas de vida “é importante proteger os recifes”. E acrescenta: "Se os perdermos, fazemos com que os ecossistemas marinhos percam a habilidade de criar novas espécies no futuro".

Os investigadores alemães, em conjunto com uma outra equipa norte-americana, estudaram uma base de dados que envolveu fósseis de organismos marinhos desde o Período Câmbrico e compararam-na com outras espécies, encontradas em ambientes onde os recifes foram responsáveis por mais de 50 por cento do seu aparecimento. Kiessling concluiu ainda que novas espécies evoluem todos os dias; no entanto, não tão depressa como se extinguem.

Sara

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Projecto Folding@home

Folding@Home  (folding at home)  é um projecto da Universidade de Stanford que consegue, pela primeira vez, simular a formação de proteínas e relacionar com as doenças provenientes de deformações nas mesmas, como é o caso da doença de Alzheimer, Parkinson, BSE, Fibrose Quística e muitos dos cancros que, infelizmente, todos conhecemos. Desta forma, todo o contributo é essencial. Ao navegar pelo site encontrarão muita informação acerca do projecto.


O que são proteínas?
Proteínas são cadeias de aminoácidos (longas cadeias moleculares) e constituem a base do material biológico. Como elementos estruturais, são o principal constituinte dos nossos ossos, músculos, cabelo, pele e vasos sanguíneos. Como anti-corpos, permitem ao sistema imunitário reconhecer e eliminar os invasores indesejados. Por estas razões, os cientístas sequenciaram o genoma humano - o modelo para todas as proteínas na biologia.


Como é que as proteínas "enrolam"?
Antes de assumirem a sua função (anti-corpos, enzimas), as proteínas devem assumir uma forma particular, também conhecida como "fold", num processo conhecido por "folding" (enrolamento). Um dos objectivos do projecto Folding@Home é simular as várias formas de proteínas, a fim de compreender como estas se enrolam e o que acontece quando este processo não corre bem.


Como pode ajudar?
O Folding@home é um projecto de computação distribuída: ao descarregar o programa (clique aqui) e executando-o no seu computador, ajuda a criar um dos maiores supercomputadores do mundo. Este processo, a uma escala mundial, permite simular problemas milhões de vezes mais complexos do que alguma vez foi possível.


Portugal@Folding
Neste momento existe uma equipa de folding portuguesa Portugal@Folding (Team Number: 35271) que está muito bem colocada a nível mundial.
Esta equipa junta os utilizadores portugueses e neste momento conta com cerca de 2000 membros, dos quais cerca de 1300 estão activos.
Todos os resultados alcançados pelo projecto podem ser consultados aqui e aqui.


Para o esclarecimento de dúvidas em relação à instalação deste programa ou ao projecto aconselhamos a consulta do site Portugal@Folding ou contacte-nos através da secção de comentários desta publicação.


Marta

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ondas electomagnéticas dos telemóveis podem reverter Alzheimer

Os utilizadores de telemóveis têm uma nova "desculpa" para continuar a usá-los. Segundo um estudo da Universidade do Sul da Flórida, as ondas do telemóvel podem proteger do mal de Alzheimer. A pesquisa foi publicada no Journal of Alzheimer's Disease.

Ainda sem cura, o Alzheimer afecta milhões de pessoas e caracteriza-se pela perda progressiva da memória, levando à demência e à morte.

Experiências em cem ratos mostrou que a exposição às ondas eletromagnéticas do aparelho pode proteger e até reverter os sintomas da doença.

Os cientistas explicaram que nos roedores as ondas eliminavam e preveniam a formação das camadas de proteína beta-amiloide, características da doença. Os ratos foram fechados durante nove meses numa jaula e foram expostos a ondas similares às de um telemóvel.

Induzidos geneticamente para desenvolver a doença, os roedores mantiveram-se saudáveis. A sua memória não foi afectada e também não mostraram sinais de demência. Nos ratos mais velhos com problemas de memória, os problemas desapareceram.




Sara

Programa informático alerta profissionais de saúde com exactidão durante partos

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) desenvolveram um programa informático capaz de alertar os profissionais de saúde para a ocorrência de baixa oxigenação fetal durante o parto.


Falta de oxigenação pode provocar lesões irreversíveis.

O Omniview-SisPorto analisa sinais provenientes do coração fetal, prevendo com grande fiabilidade a ocorrência de privação de oxigénio durante o parto – cuja consequência pode causar lesões irreversíveis no feto ou levar mesmo à sua morte. No Reino Unido, demonstrou-se que 50 por cento desses casos se devem a uma identificação tardia do problema pelos profissionais de saúde.

O programa é actualmente usado em diversos hospitais: em Portugal, Dinamarca, Holanda, Reino Unido, Suíça e Israel. Trata-se de um sistema único a nível mundial, que analisa os sinais fetais habitualmente monitorizados durante o trabalho de parto, detectando alterações associadas à baixa oxigenação fetal e avisando os profissionais de saúde através de alertas sonoros e visuais, emitidos em tempo real.

Num estudo recente publicado no «American Journal of Obstetrics and Gynecology», demonstrou-se que os alertas vermelhos originados pelo Omniview-SisPorto previram a totalidade das situações de baixa oxigenação fetal com uma especificidade de 94 por cento, demonstrando-se assim que se trata de um sistema com elevada precisão e particularmente útil para monitorizar os sinais provenientes de várias parturientes em simultâneo, um cenário muito comum nos blocos de partos dos grandes hospitais.

Para além disso, o programa ultrapassa a falta de consenso existente na interpretação visual dos sinais fetais. Para o próximo ano estão previstos estudos colaborativos envolvendo equipas de investigação na Suécia, Dinamarca e Reino Unido.




Sara